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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dicas de higiene para o cuidador:

O cuidador deve atentar para alguns detalhes, entre eles:
não permitir a desconexão de sondas durante a movimentação do paciente;
nunca molhar os curativos das feridas ou vias venosas;
não usar álcool ou seus derivados, pois ressecam a pele. Caso seja realmente necessário, aplicar hidratante logo depois;
proteger o idoso das correntes de ar, conservando-o sempre coberto e mantendo as janelas fechadas;
secar direito entre os dedos e as pregas da pele;
usar sempre toalhas macias, evitando o atrito excessivo;
motivar o paciente a colaborar, conforme a sua capacidade e limite;
prestar atenção à pele do idoso, para diagnosticar precocemente possíveis problemas;
fazer a higienização uma vez por dia e sempre que for necessário;
usar sempre o material descartável;
proceder de maneira ágil, mas cuidadosa;
atentar para que os materiais de higiene sejam de uso exclusivamente pessoal;
aproveitar o momento do banho para fazer curativos e correções na postura do idoso;
sempre seguir as medidas de limpeza recomendadas pelo médico.

Boca
A higiene da boca deve ser feita após cada refeição, e sempre que for necessário. Se o paciente for capaz, ele mesmo poderá fazer sua higiene bucal, mas caso contrário, siga as instruções passo a passo:
reunir todo o material: escova de dente, pasta de dente, anti-séptico oral, gases esterilizadas, espátula;
misturar, em um recipiente, o anti-séptico e a água em partes iguais;
pegar uma espátula e envolvê-la com a gaze, para que ela seja embebida na solução;
fazer a limpeza da língua do idoso com a espátula, movendo-a de um lado para o outro para evitar náuseas. Não esquecer de limpar também as laterais e a parte superior (céu da boca) e inferior da boca, além das gengivas;
caso o paciente possua prótese dentária, esta deve ser lavada com escova e pasta de dente;
sempre hidratar os lábios do paciente com manteiga de cacau ou vaselina.
Olhos
A limpeza dos olhos deve ser feita com gaze, utilizando o soro fisiológico para a retirada das secreções. É necessária uma compressa para cada olho. Faça assim:

como uma gaze embebida em soro fisiológico, passar no olho de dentro para fora, a fim de limpar toda as secreções existentes;
repetir o procedimento no outro olho, utilizando nova gaze;
caso o paciente esteja em coma ou semiconsciente, é recomendado deixar uma gaze com soro fisiológico sobre o olho, para manter a umidade das pálpebras, prevenindo contra as úlceras na córnea.

Pés
Os idosos costumam ter sérios problemas nos pés, devido a mudanças circulatórias, deformidades ósseas, diabetes, entre outros. Por isso, é fundamental prestar atenção na forma correta de fazer a limpeza. Proceda assim:
lavá-los com água e sabão;
secar bem, principalmente entre os dedos;
hidratar com cremes, óleos e sempre aplicar vaselina nos locais de maior calosidade, como calcanhares;
cuidar das unhas;
observar a coloração dos pés e verificar se existem lesões cutâneas.

Região genital

Este tipo de higiene deve ser realizado diariamente, e sempre que se fizer necessária: após a evacuação, antes de se colocar a sonda vesical (na bexiga), e cada vez que mudar a fralda do paciente incontinente.
Na mulher
colocar a paciente de barriga para cima, com as pernas flexionadas;
fazer a limpeza dos grandes e pequenos lábios e da região de trato urinário, com água, sabão e uma gaze, de frente para trás;
enxaguar a área com água até retirar todo o sabão;
aplicar anti-séptico de mucosas;
secar bem, dando ênfase às pregas para que a umidade não provoque assaduras.
 
No homem
colocar o paciente de barriga para cima;
lavar bem os testículos e o pênis com água e sabão;
enxaguar com água até remover todo o sabão, e secar suavemente;
baixar o prepúcio para que não apareça edema na glande (parte da ponta do pênis, popularmente, a "cabeça do pênis").
 Região anal
colocar o paciente na lateral;
lavar a região com uma esponja embebida em água e sabão, de frente para trás;
enxaguar com água e secar;
caso a mucosa anal esteja irritada, passar algum creme apropriado, recomendado pelo especialista.


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Depressão no idoso


A depressão constitui enfermidade mental freqüente no idoso, comprometendo intensamente sua qualidade
de vida, sendo considerada fator de risco para processos demenciais. É uma condição que coloca em risco a vida,
sobretudo daqueles que têm alguma doença crônico-degenerativa ou incapacitante, pois há uma influência recíproca
na evolução clínica do paciente. As estratégias de tratamento mais utilizadas são psicoterapia, intervenção
medicamentosa e exercício físico. A atividade física, quando regular e bem planejada, contribui para a minimização
do sofrimento psíquico do idoso deprimido, além de oferecer oportunidade de envolvimento psicossocial, elevação
da auto-estima, implementação das funções cognitivas, com saída do quadro depressivo e menores taxas de recaída.
Uma das vantagens do exercício físico é o efeito positivo também na prevenção e tratamento de outros agravos
comuns nas pessoas idosas.

È difícil reconhecê-la?
Sim. Porque ela pode se confundir com algumas doenças físicas, problemas
de memória, perda de pessoa da família ou amiga. Também a depressão
no idoso pode se expressar por cansaço, irritação, etc., confundindo com outras
doenças.
Como pode se manifestar a depressão na pessoa idosa?
As causas de depressão no idoso configuram-se
dentro de um conjunto amplo de componentes onde
atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e
abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe
ressaltar que a depressão no idoso freqüentemente surge
em um contexto de perda da qualidade de vida
associada ao isolamento social e ao surgimento de
doenças clínicas graves.

As principais manifestações, desde que não relacionadas a problemas físicos, são alterações:
. Do comportamento (abandono das atividades que lhe davam prazer, isolamento, hostilidade);
. Do pensamento (diminuição da concentração, preocupação com a memória, dificuldade de tomar decisões);
. Do humor (irritabilidade, perda da esperança com o futuro);
.Físicas (mudança de peso, dores de cabeça, no peito, etc.);
. Do padrão do sono (não conseguir dormir, acordar muito cedo, dormir demais).

 Como lidar com o paciente idoso que apresenta sintomas de depressão?
O cuidador deve:
. procurar o médico para que seja feito o diagnóstico corretamente e lhe dê todas as orientações possíveis sobre como lidar com o problema;
. fazer que o idoso tome os medicamentos prescritos pelo médico corretamente;
. observar os movimentos do idoso deprimido com atenção, pois as tentativas de suicídio são mais freqüentes nesta idade;


Depressão e Atividade Física:
O fato do paciente com a depressão permanecer no leito por muito tempo, sem praticar atividade física, traz
prejuízos acentuados à saúde geral, particularmente no idoso. Do ponto de vista biológico, a não mobilidade
física compromete a atividade pulmonar e isto leva ao acúmulo de secreções nas vias respiratórias, predispondo o idoso a desenvolver pneumonias bacterianas. A permanência excessiva no leito, somada à lentificação psicomotora que a depressão provoca, com freqüência desmotiva o idoso andar ou praticar exercícios físicos, e isto leva ao descontrole da pressão arterial com agravamento do quadro hipertensivo, além do comprometimento da circulação periférica, daperfusão cerebral e do próprio funcionamento cardíaco. Artrose e outros distúrbios articulares também se agravam devido à falta de atividade física do idoso deprimido.


A atividade física regular deve ser considerada
como uma alternativa não-farmacológica do tratamento
do transtorno depressivo. O exercício físico apresenta,
em relação ao tratamento medicamentoso, a vantagem
de não apresentar efeitos colaterais indesejáveis, além
de sua prática demandar, ao contrário da atitude

relativamente passiva de tomar uma pílula, um maior
comprometimento ativo por parte do paciente que pode
resultar na melhoria da auto-estima e auto-confiança.




Nunca despreze as pessoas deprimidas.
A depressão é o último estágio da dor humana.








domingo, 26 de fevereiro de 2012




Como lidar com o idoso que está com problemas de memória?

Você de deve:
. estabelecer uma rotina para as atividades do idoso, com horários fixos para dormir, comer, lazer, etc;

. tornar as tarefas mais simples e organizadas;

. inserir em seu dia-a-dia atividades manuais e exercícios mentais, como ler, jogar, pintar. Tome cuidado para não sobrecarregá-lo;

. fazer intervalos entre as atividades;

. realizar atividades físicas (caminhadas, hidroginástica, etc.);

. manter um calendário grande em lugar de passagem e acompanhá-lo diariamente para ver o dia, mês e ano;

. colocar os objetos de uso freqüente sempre no mesmo lugar. Desta maneira, será mais fácil encontrá-los quando precisar;

. manter o período da noite calmo, com pouco barulho e poucas visitas.

Como manter um idoso ocupado?


Considere sempre as preferências da pessoa, respeitando seu grau de dependência e siga as observações seguintes:

. todas as atividades devem estar de acordo com as habilidades e limitações do idoso;

. se possível, busque aconselhamento com profissionais capacitados que certamente terão condições de avaliar e indicar quais atividades poderão ser executadas, segundo as limitações físicas e/ou mentais apresentadas;

. atividades domésticas simples, como varrer, tirar o pó, devem ser encorajadas, pois irão gerar no idoso um sentimento agradável de participação e utilidade.

No entanto você deve supervisionar estas atividades;

. atividades sociais fora de casa devem ser selecionadas, amigos,
parentes que o acompanham devem ter plena consciência de suas limita-
ções, para que possam agir transmitindo calma e segurança;

. as atividades profissionais (desde que possível) devem ser incentivadas e o idoso observado sutilmente, mesmo que, depois, você tenha que refazer a tarefa.

É sabido que o idoso com problemas de demência ou depressão pode apresentar comportamentos como:

. chamar pelo cuidador várias vezes;
. ser teimoso, não obedecendo ordens.;
. ficar inativo e ou agressivo;
. ter insônia;
. não ter controle dos esfíncteres;
. ter coordenação motora inadequada (derrubar objetos, comida, etc.);
. perda de memória;
. perda de orientação espacial.
Em conseqüência disso, o cuidador também pode sofrer com isso e apresentar:



. tristeza: por vivenciar as perdas do paciente;
. raiva: diante das suas recusas;
. ansiedade: por espera de progresso do paciente, para sair da rotina do dia a dia da doença;
. culpa: por ter pensamento e atitudes, às vezes, negativas;
E desenvolver:
. cansaço;
. insônia;
. perda de autocontrole;
. impotência;
. depressão;
 O que fazer nestas situações?
. deixar o idoso ocupado.
. assistir à TV.
. ler jornais, ver notícias (caso não possa convencê-lo, faça por ele).
. oferecer-lhe revistas.
. ouvir música.
. se possível caminhar, tomar banho de sol e fazer alguns exercícios
dentro de seus limites.
. incentivá-lo a rezar (se o paciente for religioso).
. não responder pelo paciente.
. não fazer por ele o que ele pode fazer.
. sair de perto quando estiver perdendo o autocontrole e solicitar ajuda
de outro cuidador da família ou voluntário.
. sempre que possível revezar com alguém.
. procurar se informar a respeito da evolução da patologia.
. procurar recursos existentes na comunidade.
. conversar com familiares que também tenham seus doentes.
. tentar manter as atividades possíveis que o paciente executava como:
dobrar roupas, vestir-se e etc.
. tomar cuidado com seus gestos ou palavras; o paciente é atento.
. revezar, entre os membros da família e amigos, horário com disponibilidade
interna para conversar, com o paciente, com muito carinho e ternura.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Como reconhecer que um idoso está apresentando convulsões?



O cuidador deve observar os seguintes sinais:

. perda súbita de consciência, salivação excessiva;
. movimentação brusca e involuntária dos músculos;
. enrijecimento da mandíbula, travando os dentes;

.pode apresentar arroxeamento dos lábios e extremidades devido à
dificuldade de respiração;
. pode ocorrer relaxamento dos esfíncteres com perda de urina e fezes.

O que fazer com uma pessoa em estado de convulsão?
. afastar a vítima de lugar que ofereça perigo, como fogo, piscina etc;
. retirar objetos pessoais e aqueles que estiverem ao seu redor que possam
feri-la, como óculos, gargantilhas, pedras etc;
. proteger a cabeça, deixando-a agitar-se à vontade;
. proteger a língua, colocando uma trouxinha de pano (não forçar se os
dentes estiverem travados);
. retirar próteses quando houver;
. afrouxar as roupas, se necessário;
. observar a respiração durante e após a crise convulsiva;
  •  colocar a pessoa de lado, para evitar que ela engasgue com propria saliva;
. procurar socorro médico.
Observação:
. Não se deve jogar
água ou oferecer algo para cheirar durante
a crise. Você não precisa ter receio com a salivação ("baba") do paciente, ela não é contagiosa.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

DOENÇA DE PARKINSON


DEFINIÇÃO:
A doença de Parkinson (DP) ou Mal de Parkinson, é uma doença degenerativa, crônica e progressiva, que acomete em geral pessoas idosas. Ela ocorre pela perda de neurônios do SNC em uma região conhecida como substância negra (ou nigra). Os neurônios dessa região sintetizam o neurotransmissor dopamina, cuja diminuição nessa área provoca sintomas principalmente motores. Entretanto, também podem ocorrer outros sintomas, como depressão, alterações do sono, diminuição da memória e distúrbios do sistema nervoso autônomo. Os principais sintomas motores se manifestam por tremor, rigidez muscular, diminuição da velocidade dos movimentos e distúrbios do equilíbrio e da marcha.

CAUSAS:
Sabe-se que os sintomas da doença devem-se à degeneração dos neurônios da substância negra, no entanto, na maioria das vezes, é desconhecido o motivo que leva a essa degeneração.
A DP é apenas uma das formas, embora a mais freqüente, de parkinsonismo. O termo parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que apresentam em comum os mesmos sintomas, associados ou não a outras manifestações neurológicas. A DP é também chamada de parkinsonismo primário ou idiopático porque é uma doença para a qual nenhuma causa conhecida foi identificada. Por outro lado, diz-se que um parkinsonismo é secundário quando uma causa pode ser identificada ou quando está associada a outras doenças degenerativas. Cerca de 2/3 de todas as formas de parkinsonismo correspondem à forma primária.
O fator genético exerce influência, mas em números, é pouco representativo neste mal.
Os fatores que podem desencadear a síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo, são:
a) Uso exagerado e contínuo de medicamentos. Um exemplo de substância que pode causar parkinsonismo é a cinarizina, usada freqüentemente para aliviar tonturas e melhorar a memória, a qual pode bloquear o receptor que permite a eficácia da dopamina.
b) Trauma craniano repetitivo. Os lutadores de boxe, por exemplo, podem desenvolver a doença devido às pancadas que recebem constantemente na cabeça. Isso pode afetar o bom funcionamento cerebral.
c) Isquemia cerebral. Quando a artéria que leva sangue à região do cérebro responsável pela produção de dopamina entope, as células param de funcionar.
d) Freqüentar ambientes tóxicos, como indústrias de manganês (de baterias por exemplo), de derivados de petróleo e de inseticidas.


SINTOMAS:
A progressão dos sintomas é usualmente lenta mas a velocidade com que essa progressão se desenvolve é bastante variável em cada caso. Os primeiros sintomas da DP têm início de modo quase imperceptível e progridem lentamente o que faz com que o próprio paciente ou seus familiares não consigam identificar o início preciso das primeiras manifestações. O primeiro sinal pode ser uma sensação de cansaço ou mal estar no fim do dia. A caligrafia pode se tornar menos legível ou diminuir de tamanho, a fala pode se tornar mais monótona e menos articulada. O paciente freqüentemente torna-se deprimido sem motivo aparente. Podem ocorrer lapsos de memória, dificuldade de concentração e irritabilidade. Dores musculares são comuns, principalmente na região lombar.
Muitas vezes, amigos ou familiares são os primeiros a notar as primeiras mudanças: um braço ou uma perna movimenta-se menos do que o outro lado, a expressão facial perde a espontaneidade (como se fosse uma máscara), diminui a freqüência com que a pessoa pisca o olho, os movimentos tornam-se mais vagarosos, a pessoa permanece por mais tempo em determinada posição e parece um tanto rígida.
À medida que a doença progride, aparecem outros sintomas. O tremor é geralmente o primeiro a ser notado pelo paciente e acomete primeiramente um dos lados, usualmente uma das mãos, mas pode se iniciar em um dos pés. Segurar um objeto ou ler o jornal podem se tornar atividades árduas. O tremor é mais intenso quando o membro encontra-se em repouso ou durante a marcha e desaparece quando em movimento. Para a maioria dos pacientes, o tremor é o principal motivo que os leva a procurar pela primeira vez ajuda médica.
Os sintomas da doença de Parkinson variam de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem apresentar sintomas graves, enquanto outras apresentam apenas alguns sintomas leves. No início, os sintomas da doença de Parkinson podem afetar apenas um lado do corpo. Mais tarde, freqüentemente, ambos os lados são afetados. Em geral, os sintomas mudam com o passar do tempo - A memória e o raciocínio são geralmente afetados.
O diagnóstico de DP persiste sendo feito essencialmente em bases clínicas. Tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural de intensidades variáveis individualmente, são os sinais e sintomas clássicos. Os sintomas são:
a) Tremor: a mão ou o braço treme. O tremor também pode afetar outras áreas, como a perna, o pé ou o queixo. Esse tremor pára durante o sono e diminui no movimento. Caracteristicamente ele inicia assimetricamente, acometendo a extremidade de um dos membros superiores à frequência de 4-5 ciclos por segundo. Pode ser comparado com o movimento exibido por caixas de banco, quando estão contando dinheiro.
b) Rigidez: acontece porque os músculos não recebem ordem para relaxar. Pode causar dores musculares e postura encurvada.
c) Bradicinesia: movimentos lentos. Iniciar movimentos exige um esforço extra, causando problemas para levantar de cadeiras e de camas. O andar pode limitar-se a passos curtos e arrastados. Pessoas com esta doença às vezes sentem-se "congeladas", incapazes de mover-se. As expressões faciais e o balançar os braços enquanto caminha tornam-se mais vagorosos ou ausentes.
d) Alteração no equilíbrio: a pessoa anda com a postura levemente curvada para frente, podendo causar cifose ou provocar quedas (para frente ou para trás).
e) Voz: a pessoa passa a falar baixo e de maneira monótona.
f) Escrita: a caligrafia torna-se tremida e pequena.
g) Artralgia: será encontrada na imensa maioria dos pacientes com DP que já desenvolveram algum grau de rigidez muscular. Além disso, os pacientes com DP tendem a exteriorizar níveis de osteoporose superiores àquela detectada em uma população de igual faixa etária. Nestes pacientes, a melhor alternativa para minimizar os efeitos da osteoporose, é a melhoria do seu status motor através terapia anti-parkinsoniana apropriada.
h) Sistema Digestivo e Urinário: Deglutição e mastigação podem estar comprometidas. Uma vez que os músculos utilizados na deglutição podem trabalhar de modo mais lento, pode haver acúmulo de saliva e alimento na boca fazendo o paciente engasgar ou derramar saliva pela boca. Além disso, alterações urinárias e constipação intestinal podem ocorrer pelo funcionamento inadequado do sistema nervoso autônomo. Alguns pacientes apresentam certa dificuldade para controlar o esfíncter da bexiga antes de uma micção iminente (urgência urinária) enquanto que outros têm dificulade para iniciar a micção. A obstipação intestinal, ou prisão de ventre, ocorre porque os movimentos intestinais são mais lentos mas outros fatores tais como atividade física limitada e dieta inadequada também podem ser responsáveis.
i) Determinados movimentos involuntários automáticos, são gradualmente abolidos durante a evolução da DP. As pálpebras, por exemplo, ficam indolentes, piscando cada vez menos.
j) Braços que não balançam ao deambular (andar): resulta em uma marcha típica. No início da doença é comum que apenas um braço se movimente enquanto o outro fica imóvel. Posteriormente, ambos tornam-se imóveis.
k) Depressão e déficit cognitivo: A depressão é um sintoma bastante freqüente e pode ocorrer cedo na evolução da doença, mesmo antes dos primeiros sintomas serem notados. Provavelmente relacionada à redução de um neurotransmissor chamado serotonina. Alterações emocionais são comuns. Pacientes podem sentir-se inseguros e temerosos quando submetidos a alguma situação nova. Podem evitar sair ou viajar e muitos tendem a retrair-se e evitar contatos sociais. Alguns perdem a motivação e tornam-se excessivamente dependentes de familiares. Alterações da memória, geralmente na forma de "esquecimentos" ou "brancos" momentâneos são comuns. O raciocínio torna-se mais lento e pode haver dificuldades específicas em atividades que requerem organização espacial. Entretanto, de modo geral, as funções intelectuais e a capacidade de julgamento estão preservadas.
Um critério importante para se diferenciar a genuína doença de Parkinson de outras formas de parkinsonismo, é a resposta a levodopa. Salvo raras exceções, os indivíduos com DP responderão favoravelmente ao medicamento, o que nem sempre ocorre no parkinsonismo secundário. No entanto, a melhora do quadro clínico de um indivíduo na fase inicial de DP, onde geralmente se observa apenas leve tremor unilateral pode não ser verificada e não está indicada.

TRATAMENTO:

Podemos dividir as estratégias de tratamento da DP em (1) medidas não-farmacológicas, (2) medidas farmacológicas e (3) tratamento cirúrgico.
As medidas não-farmacológicas compreendem uma série de hábitos e medidas de valor especial na DP por minimizar algumas de suas complicações. Devemos deixar claro que estas medidas não atenuam a gravidade da doença ou impedem sua progressão, mas mantém o indivíduo melhor preparado para enfrentar as alterações orgânicas e psicológicas decorrentes da consunção e insuficiência motora típicas desta enfermidade. Tais medidas são: (i) a educação, (ii) o tratamento de suporte, (iii) o exercício e (iv) nutrição.
O paciente precisa ser informado da natureza de sua doença, sua causa e a relação com o tratamento a ser instituído.
O suporte psicológico médico e familiar deve ser estimulado. Metade dos pacientes com DP desenvolvem depressão, que será tratada com anti-depressivos (preferencialmente os tricíclicos) e/ou terapia de apoio. Outras alternativas valorosas são os grupos de apoio, o aconselhamento financeiro (quando a enfermidade acomete o principal responsável pelo orçamento familiar) e a terapia ocupacional.
Sabe-se que a DP não se restringe apenas a transtornos da motricidade; alterações psíquicas decorrentes tanto da dificuldade em se iniciar movimento, quanto das mudanças neuroquímicas induzidas por deficiência de dopamina ou pela ação dos medicamentos utilizados e pela nova visão que o paciente tem do meio, são responsáveis pela grande prevalência de depressão reativa entre estes indivíduos. Por estes motivos, não devemos delegar todas as tarefas de suporte, inclusive psicológico, a outros profissionais e esquecer o papel fundamental do médico. Uma sólida relação entre um profissional seguro, confiante e empático, que demonstre estar efetivamente preocupado com o paciente e aqueles que o cercam; animando, esclarecendo e reconfortando durante as consultas, tem uma eficácia tão ou mais poderosa que as drogas antidepressivas.
Por um outro lado, exercícios não impedem a progressão da doença, mas mantém um estado de funcionamento muscular e osteo-articular conveniente.Nós já sabemos que anos de evolução de rigidez e bradicinesia produzem alterações patológicas ósseas (osteoporose e artrose) responsáveis por uma incapacidade funcional ainda mais limitante. Além disso, o bom impacto dos exercícios sobre a disposição e o humor são pontos favoráveis a esta terapia.
Desnutrição e perda de peso são observados em grande parcela dos pacientes. Nenhuma dieta especial é necessária nos quadros leves e moderados, além do cuidado em se ter refeições saudáveis e balanceadas, indistinguíveis das que seriam convenientes a todos nós. Boas refeições, ricas em cálcio e fibras, produzem um melhor estado orgânico, bem-estar geral, prevenção de osteoporose e de constipação intestinal.
Na doença avançada, as proteínas ingeridas geram na luz intestinal aminoácidos que competem com a absorção da levodopa. Esta competição leva a uma absorção errática da l-dopa e níveis séricos inconstantes, o que contribui para o agravo das flutuações motoras. Neste estágio, dieta hipoproteica está indicada. Este programa alimentar na verdade não diminui o aporte proteico, mas o concentra nas refeições após as 18:00 horas. Assim, a dieta com baixo teor de proteínas ao longo do dia não interfere na absorção de levodopa, e o equilíbrio nutricional pode ser reestabelecido à noite.
Considerando as alternativas farmacológicas disponíveis, pode-se afirmar que o arsenal medicamentoso antiparkinsoniano da atualidade, limita-se as seguintes opções:
1. selegilina;
2. amantadina;
3. anticolinérgicos;
4. levodopa;
5. agonistas dopaminérgicos.
Quanto a levodopa, inicialmente frisamos que continua sendo a principal forma de tratamento da doença de Parkinson idiopática. Seu emprego associa-se a menor morbi-mortalidade, e virtualmente todos os pacientes beneficiar-se-ão de seu uso. Por quase trinta anos, tem sido administrada a milhões de pacientes com DP. No princípio era empregada pura, e altas doses enterais eram necessárias para que uma ínfima parcela atingisse o SNC. Além disso, a rápida conversão periférica de l-dopa em dopamina pela dopa-descarboxilase, resultava em desagradáveis efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e hipotensão ortostática. Porém, com o passar dos anos, descobriram-se substâncias antagônicas de dopa-descarboxilase, permitindo que doses menores fossem utilizadas e maior eficácia terapêutica obtida. Inibidores de dopa-descarboxilase estão em voga desde há cerca de 30 anos, sendo mister reconhecer o papel histórico que tiveram na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com DP. Dois deles estão disponíveis em produtos comerciais associados à levodopa e são oferecidos mundialmente: carbidopa (Sinemet®) e benzerazida (Prolopa®).
Porém, a vulnerabilidade da levodopa fica patente quando se contempla os graves sintomas neuro-psiquiátricos associados com seu uso prolongado.

CURIOSIDADES:

A tendência ao vício pode combater os riscos do mal de Parkinson

Após ter-se verificado que a incidência do mal de Parkinson em fumantes e alcoólatras era menor do que nas outras pessoas, cientistas logo imaginaram que alguma substância contida nesses produtos inibia a doença. Porém, os pesquisadores têm uma nova tese, a de que o comportamento viciante, aguçado pela quantidade de dopamina no cérebro, é que reduz os casos de Parkinson. As pessoas que possuem uma quantidade menor de dopamina, e por isso não muita pré-disposição ao vício, apresentam maior chance de desenvolver a doença.